Seis questões-chave antes de contratar um produto financeiro
Recomendamos não investir em produtos que não compreendemos ou não se encaixam no nosso perfil de risco, avaliar bem os custos e recorrer sempre que possível a opiniões profissionais.
Num contexto de taxas de juro baixas, que se deverá manter durante os próximos meses e com depósitos que oferecem rendimentos cada vez mais baixos, os aforradores começam a explorar outras opções de investimento para preservar as poupanças e conseguir rentabilidades mais interessantes. Mas, atenção: é preciso ter em conta que a complexidade do produto e o perfil de risco devem ser adequados ao investidor. O Instituto BBVA de Pensões alerta para algumas questões que os investidores a retalho devem considerar antes de contratar um produto financeiro.
- Não investir num produto cujas características e principais riscos associados não compreendemos totalmente. Não devemos contratar um produto financeiro antes de ler e compreender todas as cláusulas. Muitas vezes, esta é a única forma de evitar futuras surpresas desagradáveis.
- Cuidado com as promessas enganosas. A ESMA (Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados) alertou para as promessas de rentabilidade "elevada" ou "garantida" de alguns produtos, que nem sempre correspondem à realidade. Nomeadamente, em determinados produtos complexos que são comercializados através de campanhas muito agressivas.
- O ponto-chave para não ter surpresas é uma boa assessoria. Não existem produtos perfeitos, pelo que um profissional do setor, independente e com experiência suficiente, poderá oferecer-nos as melhores opções de investimento, de acordo com o nosso perfil de risco e tendo em conta os nossos interesses e prioridades. Nem todos os produtos são adequados para todos os investidores e o risco também deve ser adaptado de acordo com a idade e o tempo que falta para a reforma.
- É preciso ter em conta a data de vencimento do produto. Por vezes os produtos financeiros possuem uma data de vencimento. Sempre que tal suceda, esta será fundamental, especialmente se precisamos de receber o dinheiro antes da data de recuperação do investimento. Caso o produto não seja líquido, como costuma acontecer nos produtos complexos, e se o quisermos vender antes do prazo, isto representará um importante desconto sobre o preço de compra ou de valorização. Neste sentido, devemos ter em conta que existem produtos concebidos como veículos de poupança de longo prazo, como os Fundos de Pensões Abertos e os Planos de Poupança Reforma.
- Analisar os custos totais associados ao produto (comissões, custos fixos…). O custo do investimento terá consequências na rentabilidade obtida com o produto contratado e, por isso, deve ser tido em consideração. A fiscalidade aplicável aos rendimentos gerados é igualmente um ponto relevante para tomar em consideração e que afecta fortemente a rentabilidade real do investimento.
- Conhecemos todos os possíveis riscos? Existem uma série de riscos que não podemos ignorar antes de tomar uma decisão de investimento. A alavancagem pode aumentar facilmente as perdas, não podemos esquecer que alguns produtos estão associados a vários riscos do mercado e que existem variados produtos que nos expõem ao risco de crédito (em caso de incumprimento do emissor ou falência da empresa).