O cenário económico com taxas de juro baixas e de escasso retorno nos depósitos irá prolongar-se por bastante mais tempo. E as opções para obter rentabilidade passarão por assumir alguns riscos. Mas com cautela.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que irá realizar um programa de compra de dívida de 60 mil milhões de euros mensais até 2016, com o objetivo de contrariar a baixa inflação para estimular o consumo privado e incentivar a reativação do crédito.
Eis algumas recomendações a ter em conta pelos particulares nas suas poupanças, perante este novo cenário.
1. O travão na deflação é uma porta para os investidores de maior risco
A recuperação do nível dos preços, um dos objetivos do BCE, é positiva para os investidores mais aventureiros, que assumem um maior risco nos seus investimentos.
2. A redução do prémio de risco abrirá a torneira do crédito
Sim, embora seja um processo lento e não imediato. Tem um efeito sobre o financiamento dos bancos, quando estes emitem obrigações – e se as instituições financeiras são capazes de pedir dinheiro emprestado mais barato e em maior quantidade, poderão igualmente emprestá-lo de forma mais barata para que as empresas invistam e para que as famílias consumam. No entanto, devemos estar atentos aos critérios de risco que os bancos definem para a concessão desses créditos.
3. A queda do euro é uma vantagem competitiva para as empresas
Após as medidas do BCE, o normal é que o euro esteja em paridade com o dólar, pelo que investir em dólares pode ser uma boa oportunidade, aproveitando a queda da moeda comunitária.
4. Uma pausa para as hipotecas indexadas à Euribor
Estas podem ver-se beneficiadas com uma redução das taxas.
5. Investir em dívida corporativa?
Espera-se uma redução na rentabilidade da dívida soberana em euros. A dívida corporativa na moeda comunitária pode ser uma alternativa de rentabilidade, mantendo sempre a atenção ao ratingdas empresas e aos títulos de highyield.
6. Agora, mais do que nunca, é essencial ter aconselhamento profissional
O cenário de taxas de juro baixas e rentabilidade baixa nos depósitos irá prolongar-se por mais tempo e as opções para obter um retorno suculento passarão por assumir alguns riscos. A primeira regra que devemos ter em conta é que não existe o produto perfeito. Em segundo lugar, é preciso sempre ter em conta o perfil de investimento de cada pessoa. E a terceira regra fundamental: não devemos investir em algo que não entendemos. Por isso, no panorama atual, o aconselhamento profissional é mais importante que nunca.